31 de julho de 2010

O amor da intervalos, pausas e tira um cochilo.

Não é o tempo inteiro que você ama quem você ama. Há intervalos, pausas, preguiças. Às vezes você passa um tempo sem amar quem você ama. Mas basta um perigo,uma musica,uma suspeita de perda, um assédio para você despertar para o seu amor, como de uma cochilada.
Não se trata de desinteresse. Às vezes quem você ama faz alguma coisa que não é legal, que mexe com você, como uma palavra num tom errado, mas é coisa pequena, não vale a pena cobrar. Fica aquela preguiça, corpo mole. Deseja,mas não é aquele desejo.
Outras vezes você acha que o seu amor falhou com você. Ou porque se esqueceu do aniversário, ou porque não ligou o dia inteiro, ou porque ficou incomunicável, ou porque passa tempo demais na frente da tv , ou com amigos, desligado de você. Então você se permite um tempo para descansar um pouco do seu amor. Acha que está dando mais do que recebendo, e com isso tem deixado de fazer coisas, suas coisas. Aproveita o tempo para responder a e-mails acumulados, enviar fotos que ficou devendo, arrumar o armário, se livrar de papéis velhos,dar banho no seu bichinho de estimação, consertar aquela calça que estava meio cumprida, talvez dar uma volta na praia ou no parque. É esse o tempo em que você não ama quem você ama, e ele passa quase como um fim de semana de bobeira.
Tem horas em que você não se lembra de que está amando quem você ama, com tanta coisa para fazer disputando espaço na sua cabeça: trabalho, currículo, entrevista, reunião,mãe, pai,filho, prestação vencida, tarefa de casa, compromissos – e se distrai. Nessas horas você não está amando quem você ama. Não são falhas, são intervalos.
Chega um dia em que você precisa receber mais atenção de quem você ama, está carente, hipersensível, e não recebe. Em resposta, você dá uma recuada. Ou tem dia em que você está muito a fim e não coincide, e aí você recolhe o sentimento de volta ao peito. Ou quer carinho e a mão não chega...mas você sabe que se contentaria com “carinho oral”...ou seja,palavras carinhosas ditas ao telefone ou ao pé do ouvido em meio a afagos...mas nem isso consegue... Você vai para dentro da sua concha e deixa de amar quem você ama por um tempo variável de minutos a dias.
Podem acontecer vaciladas. Uma resposta impensada ou brigas desnecessárias. E não é que você não esteja mais amando quem você ama, são só vacilos.

Chuva, quando se está só, também deixa a gente precisando. Em alguns dias chega a doer, e você percebe que é saudade de abraço, da coisa física que é o abraço.
É exaustivo manter a corda do amor esticada o tempo todo, e você descansa o braço para relaxar. Não é desamor, é uma pausa para beber água – mas já pensou se aquele bandido que vive atrás de você passa numa hora frágil dessas? São coisas que acontecem ao longo de um amor, e o momento passa sem bandidos, que apenas riscam a paisagem e somem como pássaros.

Porque seu amor continua lá...Intacto.E ele continua falando que você é única para ele.E que jamais vão se perder.
É este o melhor descanso para a cabeça,a alma e o coração.
Saber que o amor permanece...embora existam algumas pausas...
Não é sempre que você ama quem você ama, mas, quando se dá conta, já passou uma vida inteira amando quem você ama.







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